Drácula: A Última Viagem do Deméter – The Last Voyage of the Demeter

A tripulação do navio mercante Demeter tenta sobreviver à viagem oceânica de Carpathia a Londres enquanto são perseguidos todas as noites por uma presença impiedosa a bordo do navio.

Opinião Pública sobre Drácula: A Última Viagem do Deméter

Bram Stoker nunca visitou a Transilvânia. Sua visão do reino envolto em sombras de Drácula nasceu na cidade costeira britânica de Whitby: foi enquanto morava lá na década de 1890 que o autor leu pela primeira vez a história cruel de Vlad Tepes – mais conhecido como Vlad, o Empalador – em uma cópia de An Account of the Principalities of Wallachia and Moldavia , de William Wilkinson , que ele pegou emprestado da biblioteca local. Sente-se no topo das falésias onde ele passou seus dias e você verá as ruínas da Igreja de Santa Maria, a inspiração por trás da Abadia de Carfax de Drácula. E foi aqui também que ele ouviu o pescador contar histórias do Dimitry de Narva, um bergantim russo que naufragou nas margens sob os penhascos crescentes.

Toda a tripulação do Dimitry foi salva, mas não o robusto marinheiro do Demeter , o navio condenado e maldito inspirado no desastre da obra-prima de horror de Stoker de 1897, Drácula . O sinistro massacre da tripulação é capturado em pouco mais de uma página do muito mais longo Capítulo 7 (“Corte de ‘The Dailygraph’, 8 de agosto, colado no diário de Mina Murray”), no qual o capitão não identificado do Demeter registra 17 entradas em seu diário entre 6 de julho, quando o navio deixou Varna, e 4 de agosto, quatro dias antes de o navio vazio bater na costa britânica, trazendo consigo o vampiro carniceiro Conde Drácula.

Esses poucos parágrafos se destacam como uma das maiores conquistas da literatura de terror, uma descida perfeita ao terror gótico. E, portanto, é muito compreensível que os esforços para transformar essa pequena seleção em um filme tenham levado décadas e uma longa lista de escritores e diretores tentando estender sua elegante brevidade em um longa-metragem completo. Por fim, A Última Viagem de Deméter faz essa jornada malfadada, com roteiro de Bragi F. Schut Jr. ( Escape Room ), que está no projeto há 20 anos, e do atual talento de Hollywood Zak Olkewicz ( Bullet Train ).

Schut Jr. foi aberto sobre o quanto se inspirou no Drácula de Bram Stoker, de Francis Ford Coppola , e também que queria criar Alien em um barco. Mas a tripulação do Demeter nunca parece tão grosseira e convincente quanto o conceito de colarinho azul do choque de ficção científica exigia: o pessoal do Nostromo apareceu como idiotas da classe trabalhadora, enquanto Last Voyage é basicamente desinteressado nos homens. do Demeter , em vez disso, concentrando-se na clandestina Romani Anna (Franciosi, The Nightingale ) e um médico inglês negro, Clemens (Hawkins, In the Heights , The Tragedy of Macbeth ). Junto com Toby (Norman,C’mon C’mon ), o grumete e jovem neto de olhos arregalados do capitão (Cunningham, The Guard , Game of Thrones ), Schut e Olkewicz centram o roteiro neles, em vez dos lobos-do-mar salgados.

Felizmente, o roteiro acaba nas mãos de André Øvredal, um cineasta que domina tanto o gótico quanto a crueldade cinzenta do alto mar. O diretor de Caçador de Trolls provou que está preparado para testar as expectativas de terror compatível com multiplex com o PG-13 Histórias assustadoras para contar no escuro . Ele também mostrou um talento real para sangue impactante em A autópsia de Jane Doe , e ele também provou sua habilidade com um final sombrio e desconfortável com Mortal , sua tentativa de recuperar Thor da Marvel para a Noruega. E esse é o problema de The Voyage of the Demeter. No livro, não há sobreviventes e, portanto, a questão é se o filme terá coragem de se comprometer com o que Stoker escreveu. A jornada se torna uma contagem regressiva de corpos com uma resolução impossível: ou todos morrem e o final é miserável, ou alguém vive e a história de Stoker é traída.

Øvredal faz o possível para enfiar a agulha na tela e, para seu maior filme até hoje, ele sem dúvida se destaca como diretor. Ele aperfeiçoa o clima de destruição enigmática e terror encharcado de salmoura necessários antes de acelerar para uma violência horrível. Este é o Drácula como um predador, do jeito que ele deveria ser (não um símbolo sexual suspirante de camisa de babados) e o ator monstro Javier Botet (o Crooked Man de The Conjuring 2, o cadáver do dedão do pé de Scary Stories , Niña Medeiros dos filmes [Rec] e muitos, muitos mais) mantém aquela sensação de ameaça vil – mesmo que o design facial de Drac se baseie fortemente no dos vampiros da minissérie de TV de 1979 de Salem’s Lot .

Mas, por mais que Øvredal tente fugir de todas as convenções modernas de sucesso de bilheteria que devem manter o Demeter longe de seu melhor destino, é uma jornada muito acidentada para se sentir no caminho certo. Sotaques vacilantes (principalmente o sombrio Mockney de Hawkins, embora o murmúrio vagamente do leste europeu de Dastmalchian seja muitas vezes irritante) combinam com as mudanças de humor vacilantes, já que A Última Viagem de Deméter alterna desajeitadamente entre horror adequadamente terrível e severo e uma multidão de verão mais brilhante e previsível -por favor.

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