Priscilla

Quando Priscilla Beaulieu conheceu Elvis Presley, ele já era a grande estrela do rock que conhecemos, mas logo se revela uma pessoa completamente para Priscilla: um aliado durante momentos ruins, um amigo que se pode contar e claro, uma grande paixão.

Opinião Pública sobre Priscilla

No ano passado, o Rei do Rock and Roll ocupou o centro das atenções em uma animada temporada de premiações com um filme biográfico . No entanto, simultaneamente, estava em produção outro filme que apresentava o prolífico artista musical de uma perspectiva diferente. O trabalho mais recente de Sofia Coppola, após seu filme “On the Rocks” de 2020, adapta o livro de memórias de Priscilla Presley de 1985, “Elvis and Me”. Este filme centra-se na mulher por trás do ícone, uma mulher que forjou a sua própria identidade e legado. “Priscilla” é outra obra-prima na obra de Coppola, oferecendo um profundo estudo da personagem de uma mulher confinada em uma jaula dourada e sua busca pela liberdade. O filme apresenta duas atuações marcantes que estão destinadas a ser consideradas entre as melhores da impressionante filmografia de Coppola.

Embora “Priscilla” inevitavelmente suscite comparações com Elvis, dentro da obra do próprio Coppola, ela pode ser vista como uma peça que acompanha sua cinebiografia elegantemente discreta “Maria Antonieta”. A narrativa começa durante os anos do ensino médio de Priscilla , quando ela estuda na Alemanha enquanto mora com a família . Com apenas 14 anos, ela cruza o caminho de Elvis, de 24 anos, que na época presta serviço militar. Priscilla é rapidamente atraída para o mundo de Elvis quando visita a casa alugada dele na Alemanha com amigos, um mundo que é ao mesmo tempo desconhecido e atraente. Cailee Spaeny retrata a jovem Priscilla com uma delicada mistura de ingenuidade e curiosidade inabalável. Ela sabe o que quer – ou pelo menos acredita que sabe.

A atuação de Jacob Elordi é fundamental para o sucesso do filme . Ao contrário do retrato bombástico e quase exagerado de Elvis feito por Austin Butler na cinebiografia anterior, o Elvis de Elordi exala sedução e uma sensação subjacente de ameaça. Ele parece tímido na presença de Priscilla, mas há vislumbres de um lado mais sombrio que complica seu relacionamento com ela, revelando sua necessidade de controle tanto em sua vida privada quanto pública . A representação de Elordi é sutil, mas perturbadora, um afastamento total da maldade mais evidente de seu personagem Nate Jacobs em “Euphoria”. Testemunhar as reações e adaptações de Priscilla a essa dinâmica acrescenta profundidade e intriga à sua jornada no filme.

À medida que Priscilla chega a Graceland, o filme de Coppola assume uma sensação de claustrofobia, enfatizando os limites que a cercam. O quarto de Elvis é mal iluminado, semelhante a uma caverna, e o casal passa muito tempo lá. No entanto, à medida que Elvis desaparece por longos períodos, Graceland começa a parecer mais uma prisão do que um castelo. É aqui que os paralelos com “Maria Antonieta” se tornam mais aparentes – duas jovens transplantadas para ambientes desconhecidos e empoleiradas como troféus nos seus respectivos palácios. Enquanto Marie se recusa a partir, Priscilla anseia pelo mundo exterior.

Spaeny oferece uma atuação de destaque, e a equipe de cabelo e maquiagem do filme transmite com eficácia a transformação de Priscilla de uma jovem amável e com olhos de corça em uma mulher com agência que conhece o que quer. À medida que surgem vislumbres do lado mais sombrio de Elvis, os olhos de Spaeny refletem uma mistura de medo e cansaço antes que uma determinação resoluta tome conta das cenas finais do filme . É uma performance inovadora que certamente merece reconhecimento de prêmios, assim como a interpretação de Elvis por Elordi. A química deles na tela é palpável e acrescenta peso à sua conclusão inevitável .

O retrato da liberdade feito por Coppola não trata de demonstrações dramáticas de rebelião, e é aí que reside a beleza da história de “Priscilla” . Apesar da representação de desequilíbrios de poder, manipulação e até mesmo abuso, o coração do filme é uma jovem que se revela à medida que descobre seu verdadeiro eu, apesar do mundo ao seu redor insistir que ela é apenas uma engrenagem substituível na máquina das celebridades. . Priscilla recusa-se a ser definida pelos caprichos de Elvis e pelo seu eventual comportamento tóxico, que é brevemente vislumbrado no final do filme. A história não é sobre ele ou seu final; é sobre a jornada de Priscilla e seu novo começo , depois de viver tanto tempo na sombra de Elvis.

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